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Castelo de Óbidos
Localizado na freguesia de União das Freguesias de Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa, na vila e concelho de Óbidos, distrito de Leiria. A 90 km de Lisboa. Castelo de Óbidos é um dos principais exemplares da fortificação medieval no País
Por Jorge Toth

     Implantado sobre um pequeno monte, dominando a planície envolvente e o rio Arnoia, a Leste. Fruto de diversas intervenções arquitetônicas ao longo dos séculos, integra o conjunto da vila rodeadas pelas muralhas, preservando as suas caraterísticas medievais, é também uma das mais belas e melhor preservadas da Europa, atraindo milhares de visitantes.

     Acredita-se que a primitiva ocupação humana do seu sítio remonta à origem pré-histórica, pela sua proximidade da costa atlântica, despertou sucessivamente o interesse de povos invasores na região. Ocupado por lusitanos no século IV a.C., pelos romanos no século I, pelos visigodos, nos séculos V a VI, e os muçulmanos, no século VIII, atribuindo-se a estes últimos a edificação do perímetro muralhado, como se constata pela observação das características de determinados trechos. No contexto da Reconquista Cristã da região, após as conquistas de Santarém e de Lisboa (1147), as forças de Afonso Henriques I de Portugal (1143-1185) encontraram viva resistência para conquistar Óbidos e seu castelo, o que por fim obtiveram em janeiro de 1148 (leia a Lenda abaixo). O castelo encontra-se referido documentalmente desde 1153.

     Sob o reinado de Sancho I de Portugal (1185-1211) foram realizadas obras em suas defesas, conforme inscrição epigráfica na Torre do Facho. Ainda em 1195 a vila recebeu a sua carta de foral. O seu filho e sucessor, Afonso II de Portugal (1211-1223), em 1210, doou o senhorio de Óbidos a sua esposa, D. Urraca de Castela.

     A povoação e seu castelo mantiveram-se fiéis a Sancho II de Portugal (1223-1248), quando da crise de sua deposição, resistindo vitoriosamente, em 1246, aos assaltos das forças do conde de Bolonha, futuro Afonso III de Portugal (1248-1279). Essa resistência valeu à vila a alcunha de “mui nobre e sempre leal”, usado até hoje no seu brasão de armas.

     Dinis I de Portugal (1279-1325), em de abril de 1281, outorgou como dote a Dna. Isabel de Aragão, sua noiva e futura esposa, as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer e Porto de Mós. O monarca realizou o restauro e ampliação da antiga alcáçova e fez erigir a torre de menagem, assim como barbacãs junto às portas.

     Sob o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1383) uma inscrição epigráfica de 1375 assinalada em uma torre, por alguns considerada de menagem, embora lhe faltem as características da base maciça com entrada a nível do pavimento elevado, presentes na de D. Dinis. No contexto da crise de sucessão entre os anos de 1383 a 1385, o seu alcaide, contra a vontade dos moradores, tomou o partido de Beatriz de Portugal, tendo resistido às forças do Mestre de Avis. Óbidos e o seu castelo foram entregues a João I de Portugal (1385-1433) por Vasco Gonçalves Teixeira após o falecimento, em 1385, em combate do seu pai e alcaide do castelo, João Gonçalves, na batalha de Aljubarrota.

     Sob o reinado de João II de Portugal (1481-1495), a rainha Dna. Leonor escolheu a povoação e seu castelo para residir após o falecimento por acidente de seu filho único, o príncipe D. Afonso, optando ainda em 1494, pelas águas termais da região. O seu sucessor, Manuel I de Portugal (1495-1521), outorgou em 1513 o Foral Novo a Óbidos e fazendo importantes melhoramentos na vila e em seu castelo. É dessa fase, no século XVI, a reconstrução dos Paços do Alcaide pelo então alcaide-mor D. João de Noronha.

     Em novembro de 1755 um terremoto causou damos sérios às defesas da vila, por falta de dinheiro não pode ser reconstruído. No contexto da Guerra Peninsular (1808-1814), Óbidos disparou os primeiros tiros de artilharia na batalha de Roliça, primeira derrota das tropas de Napoleão. Em 1842, registou-se a adaptação da torre albarrã a Torre do Relógio e em 1869 a construção de escada exterior de acesso à Torre de D. Fernando.
     O castelo foi classificado como Monumento Nacional em junho de 1910. Posteriormente a classificação foi alterada para abrangendo o castelo e todo o conjunto da vila.

     A partir de 1932, que se estendem até aos nossos dias, o conjunto sofreu as primeiras intervenções de consolidação, reconstrução e restauro a cargo da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Desde 1951 que a Pousada de Óbidos está instalada no Castelo da Medieval Vila de Óbidos e marcou o início da exploração de Património Classificado por parte das Pousadas de Portugal que adaptaram a pousada e inauguraram um novo conceito de aproveitamento e recuperação de Edifícios Históricos Portugueses sob projeto da autoria do arquiteto João Filipe Vaz Martins. Em fevereiro de 1969, um terremoto afetou todo o conjunto, tendo os reparos sido efetuados no mesmo ano.

A LENDA DA PORTA DA TRAIÇÃO

     Em uma noite sem luar, o exército de D. Afonso Henriques cercava a fortaleza de Óbidos onde os mouros resistiam já há cerca de dois meses. D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, tinham decidido que o ataque seria realizado na madrugada do dia seguinte antes de se retirarem para as suas tendas.

     Dormia já o Lidador quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal, pois tinha algo de importante a comunicar-lhe. A jovem vivia no castelo dos mouros mas não sabia se era moura porque nunca tinha conhecido os seus pais. Temendo uma cilada dos mouros, foi com alguma relutância que o Lidador a conduziu à presença do rei, perante o qual a jovem revelou o sonho que se repetia há três noites.

     Neste sonho, aparecia-lhe um homem novo de barbas castanhas e olhar doce que a incumbiu de transmitir uma mensagem para o rei de Portugal: o rei deveria reunir os soldados e liderá-los num ataque surpresa na parte fronteiriça do castelo, enquanto que o Lidador se deveria dirigir com dez homens às traseiras onde a jovem donzela abriria uma porta para os deixar passar. O homem de olhar doce prometia Óbidos aos cristãos e a salvação à jovem donzela. Apesar da hesitação do Lidador, D. Afonso Henriques já não se atrevia a duvidar dos desígnios divinos após o Milagre de Ourique.

     Na manhã seguinte, Óbidos foi conquistada conforme o sonho da misteriosa jovem que nunca mais foi vista. A porta que franqueou a entrada dos cristãos ficou para sempre conhecida como a Porta da Traição.

fontes:
lpousadas.pt/pt/hotel/pousada-obidos, turismo.eurodicas.com.br, fortalezas.org, pt.wikipedia.org e obidosvilaliteraria.com/historia-de-obidos

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