Castelo de Almourol
O mais belo de Castelo de Portugal, situa-se numa pequena ilha escarpada, no rio Tejo,
um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, na freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém e a cerca de 90 minutos de Lisboa
Por Jorge Toth
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O castelo é um dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista Cristã da região, integrava a chamada Linha do Tejo, sendo um dos exemplares mais representativos da arquitetura militar daquela época, simultaneamente, um dos que melhor evoca os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo, atraindo mais de 60 mil visitantes por ano.
As origens da ocupação humana de seu sítio do local são bastante antigas e, por isso mesmo, enigmáticas, acreditando-se que remonte a um castro pré-histórico.
Pesquisas arqueológicas descobriram em escavações efetuadas no interior e exterior do castelo foram recuperados diversos vestígios da presença romana, moedas, uma inscrição num cipó, e restos de alicerces em opus romano. E, do período medieval foram achadas medalhas, duas pequenas colunas de mármore, entre outros.
Castelo de Almourol, foi conquistado pelos romanos no século I a.C., que o remodelaram segundo a técnica castrense, e ocupado sucessivamente ao longo de toda a Alta Idade Média por Alanos, Visigodos e Muçulmanos a partir do século VIII. No século XIII, a fortificação já existia, por eles denominada como Al-morolan (pedra alta), origem do nome atual.
Em 1129, foi conquistado pelas tropas portuguesas e, D. Afonso Henriques, futuro Afonso I de Portugal (1145-1185), doou aos cavaleiros da Ordem do Templo, na pessoa de seu Mestre em Portugal, D. Gualdim Pais, encarregados do povoamento e defesa do território entre os rios Mondego e Tejo, e da defesa da então capital de Portugal, Coimbra.
Nesta época o castelo foi reedificado, adquirindo as suas atuais feições, características da arquitetura templária: espaços de planta quadrangular, muralhas elevadas, reforçadas por torres adossadas, com 9 torres e uma mais alta e na janela virada a nascente tem uma cruz dos templários. Dominadas por uma torre de menagem. Uma placa epigráfica sobre o portão principal, dá conta que as suas obras foram concluídas em 1171.
Sob os cuidados da Ordem, constituído em sede de uma Comenda, tornou-se um ponto nevrálgico da zona do Tejo, controlando o comércio de azeite, trigo, carne de porco, frutas e madeira entre as diferentes regiões do território e Lisboa. Acredita-se ainda que teria existido uma povoação associada ao castelo, em uma ou em ambas as margens do rio, uma vez que, em 1170, foi concedido foral aos seus moradores.
Com o avanço da Reconquista para o sul, sua posição perdeu importância estratégica, e a extinção da Ordem dos Templários em 1311, pelo papa Clemente V durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), o património da Ordem passou para a recém-constituída Ordem de Cristo, vindo posteriormente a perder importância, tendo sofrido diversas alterações. Extinta a Ordem, e afastada da conjuntura da reconquista, foi votado a um progressivo esquecimento. Em 1 de novembro de 1755 sofreu extensos danos com o terremoto que assolou a região.
Na segunda metade do século XIX, sob a responsabilidade do comandante da Escola Prática de Engenharia de Tancos, na busca da revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado com um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial.
No século XX, foi classificado como Monumento Nacional de Portugal e o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, dando lugar a alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo (re)inventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 1940 e 1950, consumando-se, assim, o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.
Em junho de 2006, foram inaugurados dois cais, um na margem direita dó rio Tejo e outro na zona Sul da ilha, para embarcações turísticas. Em setembro de 2013, iniciaram-se as reformas que beneficiaram as muralhas e as intervenções na torre de menagem para criar um espaço museológico, que vale a visita. Atualmente é possível visitar o Castelo de Almourol e realizar passeios no rio Tejo, acrescentando valor e interesse as visitas do Monumento. Desde Tancos, Arripiado e Vila Nova da Barquinha.
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fontes: lisbonlux.com, IPPAR e patrimoniocultural.gov.pt